Aço Verde vê melhora na demanda por aço no país em maio – 18/05/2023.

18 de maio de 2023

A Aço Verde do Brasil (AVB), controlada do grupo mineiro Ferroeste e localizada em Açailândia (MA), vê a demanda por aço no país aquecida em maio, após um primeiro trimestre mais “parado”. A avaliação foi feita pela diretora-presidente da AVB, Silvia Nascimento, durante evento para empresários, realizado pela boutique de investimentos Araújo Fontes hoje (17), em Belo Horizonte.

“Maio apresenta demanda forte. Acho que o mercado mantém o volume de 2022, com possibilidade de crescer 1% a 2%”, afirmou Nascimento.

A executiva observou que o Brasil importa de 3 milhões a 4 milhões de toneladas de aço da Turquia por ano mas, por causa do terremoto naquele país e da aproximação das eleições, as exportações foram reduzidas drasticamente, o que poderia favorecer a indústria que produz no Brasil.

“O congestionamento nos portos também está alto, de forma que o aço importado está menos atraente do que no ano passado”, acrescentou a presidente da AVB.

Sem citar números, a executiva disse que está otimista em relação ao consumo no país no segundo semestre e que trabalha com um cenário de custo e preço estáveis no ano.

No primeiro trimestre, a AVB registrou vendas de 89,2 mil toneladas de laminados, 18,3% acima do volume registrado no mesmo intervalo de 2022. Em comparação com o quarto trimestre, no entanto, houve queda de 5,5%. A receita líquida somou R$ 399,6 milhões, com alta de 8,1% sobre o primeiro trimestre de 2022.

O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 126,3 milhões, em queda de 18,9% ante o mesmo intervalo do ano passado. O lucro líquido caiu 8,3%, na mesma base de comparação, para R$ 79,6 milhões. A empresa vende toda sua produção no mercado brasileiro.

Ontem, a S&P Global Ratings elevou a nota de classificação de risco da AVB de ‘brAA-’ para ‘brAA’, com perspectiva estável. O motivo é a manutenção da alavancagem bruta perto de 1 nos últimos dois anos e com perspectiva de manutenção, apesar da desaceleração do mercado brasileiro de aço, que deve resultar em menor Ebitda consolidado em 2023, de cerca de R$ 1 bilhão, ante R$ 1,2 bilhão em 2022, informou a agência.

“O grupo também vem mantendo uma liquidez robusta e melhorado sua estrutura de capital com a emissão de dívidas de prazo mais longo, o que lhe proporciona proteção contra desacelerações do setor e maior flexibilidade financeira mediante o mercado mais restritivo de crédito no Brasil”, firmou a S&P Global Ratings em relatório.

A AVB vendeu pouco mais de 380 mil toneladas de aço em 2022, um aumento de 45% em relação a 2021 devido à aceleração do uso de seu segundo alto-forno. Na avaliação da S&P Global Ratings, os volumes da AVB devem chegar perto de 450 mil toneladas em 2023, mitigando parcialmente os preços mais baixos, que são impactados por uma menor demanda de aço no Brasil e o real um pouco mais apreciado, elevando a competição com o aço importado.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/05/2023

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