Segundo reportagem de O Globo, empresas tiram proveito da desaceleração econômica e da demanda em queda para vender a energia que produzem às distribuidoras
Desde fevereiro, quando o preço da energia no mercado à vista disparou, algumas indústrias que consomem (e produzem) grandes quantidades de energia, como alumínio, metalurgia e química, começaram a vender o excedente de carga como alternativa para aumentar suas receitas. Agora, com estiagem ainda mais intensa no inverno e as distribuidoras endividadas e sem a possibilidade de adquirir energia no mercado regulado, que é controlado pelo governo, outros segmentos industriais têm vendido a energia que não consomem. Entre eles estão as montadoras e fabricantes de eletrodomésticos, de acordo com reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Globo.
De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), as 12 maiores operações de liquidação (venda) de energia pela indústria realizadas em maio renderam 289,42 milhões de reais.
Com a economia em desaceleração, a venda energia é uma forma de as companhias conseguirem compensar a baixa demanda do mercado nacional e internacional. A diferença é que, no caso das eletrointensivas (que geram e consomem muita carga), a venda é, além de lucrativa, também muito cômoda. Grandes indústrias possuem, na maioria dos casos, pequenas centrais elétricas em suas plantas e têm o hábito de vender no mercado o excedente de sua geração.
Já as montadoras e empresas de eletrodomésticos, diz O Globo, estão apenas revendendo no mercado de energia contratos que haviam firmado quando os preços do megawatt-hora (MWh) estavam bem menores, em cerca de 100 reais por MWh. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é usado como referência nos contratos de energia no mercado à vista, chegou a atingir o máximo de 822,83 reais por MWh em fevereiro. No fim de 2013, esse valor estava em 290,72 reais. Nesta semana, o PLD está em 731,08 reais por MWh.
Fonte: Veja
Seção: Infraestrutura & Energia
Publicação: 22/07/2014
