CSN vai elevar preços do aço em 10% a partir de 1º de janeiro – 16/12/2022.

16 de dezembro de 2022

Os preços do aço têm mostrado recuperação generalizada no mundo nos últimos 30 dias e, acompanhando esse movimento, a CSN vai aplicar um aumento de 10% a partir de 1º de janeiro, disse há pouco o diretor-executivo comercial da companhia, Luiz Fernando Martinez.

“Nos últimos 30 dias, o preço experimenta uma subida generalizada dos mercados. Isso vale para Estados Unidos, Europa, China. E se percebe uma vontade grande de recuperação de margens do setor”, afirmou o executivo, durante o CSN Day. “2022 será um ano espetacular e estou animado com 2023, apesar das incertezas políticas e econômicas”.

No mercado americano, a previsão é de demanda aquecida, com a manutenção do plano de investimentos em infraestrutura e alguma normalização na oferta de semincondutores, que tem impacto na indústria automotiva. “Vemos o preço [do aço] chegando a US$ 800 ou US$ 820 por tonelada em julho de 2023”, afirmou.

Na China, seguiu Martinez, nunca tantas siderúrgicas operaram com prejuízo e há uma ânsia para recuperar margens e resultados.

“O primeiro trimestre será de recuperação, assim como o segundo trimestre”, afirmou, acrescentando que, no Brasil, determinados setores seguirão contribuindo para a demanda. Em termos de preço no mercado brasileiro, hoje os preços do estão em torno de US$ 575 por tonelada a US$ 585 por tonelada, com prêmio em torno de 11%.

“A CSN está aumentando o preço a partir de 1º de janeiro em 10% para pelo menos manter um prêmio de 12%, o que é razoável”, explicou Martinez.

De acordo com o executivo, a entrada de aço importado no país ainda representa um incômodo importante para a CSN. “O Brasil tem a boca aberta para o mundo inteiro. Não defendo o protecionismo, mas defendo que sejamos simétricos em termos de competitividade”, disse.

No mercado de aços longos, comentou Martinez, a situação é um pouco mais favorável, com obras ainda em execução no país e a perspectiva de novos projetos de infraestrutura. A indústria automotiva, por sua vez, parece já ter tocado o fundo do poço. Linha amarela e agronegócio devem continuar fortes, mas linha branca ainda é uma interrogação. “A construção civil vem devagar, mas está crescendo, e a CSN tem uma relação umbilical com o setor”, observou.

Em relação ao planejamento estratégico da siderurgia, Martinez destacou que, até 2026, a CSN será capaz de produzir todo o coque que utiliza no processo produtivo, reduzindo custos. A ambição é voltar a frequentar o grupo das siderúrgicas russas, que estão no primeiro quartil de custos no mundo.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/12/2022

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