Distribuidoras de aço registram alta de 5% nas vendas – 22/09/2021

22 de setembro de 2021

Após enfrentar uma queda de 12,8% nas vendas de julho frente a junho, a comercialização feita pelos distribuidores de aço no Brasil, em agosto, voltou a apresentar resultado positivo e subiu 5% ante julho, somando 274,5 mil toneladas. Apesar da alta, em relação a agosto do ano passado, foi verificada queda de 26,6%, o que foi provocado pela normalização do abastecimento do mercado interno após um longo período de desequilíbrio gerado pela pandemia. No acumulado do ano, as vendas estão 11,2% maiores e totalizando 2,46 milhões de toneladas.

De acordo com o presidente executivo do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda),  Carlos Loureiro, as expectativas para setembro são positivas e é esperado aumento de 2% na comercialização.

“A variação de 5% foi muito grande. A gente tinha previsto uma queda de 1,9% e, no final, tivemos um aumento. A principal razão da alta é que fizemos a previsão na primeira quinzena de agosto, quando o mercado estava muito ruim. Estamos com o estoque abastecido e muita disputa de pedidos, clientes e preços. Assim, muitos clientes deixam para fazer os pedidos no final do mês e as empresas, para garantir faturamento, cedem nos preços, isso fez com que as vendas aumentassem na segunda quinzena”.

Em relação à queda de quase 27% frente às vendas de agosto de 2020, Loureiro explica que “em agosto de 2020, nossas vendas começaram a disparar fortemente em função das usinas terem fechado, estoques caíram e passamos a atender a demanda de clientes das usinas”.

Ainda segundo Loureiro, nas vendas de aço, a alta acumulada no ano vem sendo reduzida mês a mês e a tendência é que em setembro ela caia dos atuais 11,2% para cerca de 5% a 6%. A redução acontece devido ao segundo semestre de 2020 ter sido marcado por vendas muito superiores.

“Vamos torcer para que a gente feche o ano com o mesmo resultado de 2020”, disse.

Assim como nas vendas, as compras feitas pelos distribuidores de aço no Brasil também ficaram maiores em agosto. Ao todo, foram 302,5 mil toneladas, ante 295,9 mil toneladas registradas em julho, aumento de 2,2%.

Na comparação com agosto de 2020, quando o volume de compras somou 308,6, foi verificada queda de 2%. Com o resultado, de janeiro a agosto, as compras estão 21,1% superiores, chegando a 2,63 milhões de toneladas.

“Nossas compras ficaram pouco acima das vendas, o que significa que nosso estoque, em termo absoluto, também ficou maior. O aumento de 21,1% é resultado da base de comparação. O primeiro semestre de 2020, principalmente, no segundo trimestre, foi muito fraco”.

De acordo com os dados do Inda, o estoque, em número absoluto, ficou 3,4% maior em agosto se comparado com o mês anterior, atingindo o montante de 848,2 mil toneladas contra 820,2 mil. O giro de estoque fechou em 3,1 meses.

No que se refere às importações, agosto encerrou com queda de 10,2% em relação ao mês anterior, com volume total de 189,7 mil toneladas contra 211,3 mil. Comparando com o mesmo mês do ano anterior (59,3 mil toneladas), as importações registraram alta de 219,7%.

“A expectativa é de que o número de importações em setembro deva cair. O grande exportador para o Brasil é a China e a situação deve sofrer muito com a postura do país de reduzir a produção e criar um imposto de exportação que seria pago pelo comprador. Ainda não foi anunciado, mas o fechamento das importações está muito baixo. Além disso, há uma volatilidade grande do dólar, o que torna a importação problemática, e o mercado está completamente abastecido”.

Em relação aos preços, a tendência é de estabilidade. Segundo Loureiro, se por um lado houve um forte movimento de queda nos preços do minério de ferro nos mercados internacionais, o que poderia afetar os valores, por outro, o carvão teve forte valorização. Com o cenário, aliado a uma condição de normalidade no abastecimento interno, as usinas siderúrgicas tendem a manter os preços.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/09/2021

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