Há uma desindustrialização silenciosa, diz presidente da Abimaq

23 de maio de 2014

O presidente eleito da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, afirmou, nesta quarta-feira, 21, que há uma ‘desindustrialização silenciosa’ no País porque não se vê empresas quebrando, mas ‘muitas indústrias se transformaram em montadoras e, no limite, até importadoras’, disse. Ele afirmou que o segmento tenta despertar um sentido de urgência no governo porque, se o cenário não for favorável, em alguns anos, boa parte da indústria pode desaparecer.

Na avaliação de Pastoriza, políticos pensam em cenários de cinco, dez ou 20 anos, o que representa um horizonte muito distante. ‘Nosso timing é muito mais curto que o timing político’, ponderou. Ele avaliou que o setor sofre, assim como outros segmentos, com as condições macroeconômicas ‘complicadas’. ‘Nem os pleitos do setor já atendidos pelo governo conseguiram suprir os problemas de custo Brasil, câmbio e juros, que retiram a competitividade’, avaliou.

Segundo ele, atualmente, muitos segmentos do setor de máquinas se encontram menos competitivos até mesmo que antes de terem as demandas atendidas pelo Executivo. Além de reformas políticas e tributárias, Pastoriza defendeu pleitos específicos. O principal é a retirada do viés importador dos regimes tributários especiais, que classificou de ‘anti-política industrial’.

‘Existem mais de 30 regimes especiais no Brasil, para as áreas de petróleo, saneamento, energia eólica, que acabam favorecendo a importação de máquinas’, comentou. O executivo defendeu ainda a ‘perenização’ da linha PSI/Finame como forma de garantir horizontes mais amplos para o planejamento de investimentos.

Cerca de 80 lideranças da indústria de setor de máquinas se reuniram com o ministro da Agricultura, Neri Geller, na sede da entidade, em São Paulo. O ministro detalhou o Plano Safra 2014/2015, anunciado na última segunda-feira, 19.

Fonte: Agência Brasil
Seção: Economia
Publicação: 23/05/2014

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