Indústria do aço agora prevê queda na produção e nas vendas em 2014

12 de agosto de 2014

O Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas instaladas no país, cortou nesta segunda-feira (11) as perspectivas para produção e vendas de aço no mercado interno, após quedas no volume produzido e na comercialização até julho.

A entidade, que havia dito em abril que esperava alta de 5,2% na produção de aço bruto do Brasil este ano, cortou a projeção para queda de 2,5%, a 33,3 milhões de toneladas. Na época, o IABr já admitia a possibilidade de cortar a estimativa diante da performance da economia.

Já a projeção para as vendas de aço no país em 2014 passou a 21,7 milhões de toneladas, recuo de 4,9% sobre 2013. A previsão anterior para essa linha era de alta de 4,1%.

As projeções seguiram-se à divulgação de novos números fracos de vendas do setor em julho. No mês passado, a produção subiu 0,5% ante igual etapa de 2013, para 2,929 milhões de toneladas. Já as vendas do insumo caíram 10,2% na mesma comparação, para 1,739 milhão de toneladas.

No acumulado dos primeiros sete primeiros meses do ano, a produção caiu 1% ante mesma etapa do ano passado, para 19,678 milhões de toneladas, enquanto as vendas recuaram 6%, para 12,467 milhões de toneladas.

Excedente de aço no mundo

‘Fatores sistêmicos que impactam negativamente a competitividade – como a alta carga tributária e cumulatividade dos impostos, custo da energia elétrica e câmbio valorizado – vêm afetando não somente a indústria brasileira do aço como também seus principais setores consumidores’, afirmou o IABr, em comunicado. ‘No cenário mundial, há ainda um excedente de capacidade da ordem de 600 milhões de toneladas. Em consequência, as exportações devem continuar abaixo da média histórica, as importações em níveis extremamente elevados fazendo com que a utilização da capacidade instalada de produção de aço no país permaneça abaixo de 70%’, acrescentou.

O instituto defende ‘medidas urgentes de defesa comercial’, incluindo a efetiva implementação de normas de conteúdo local. ‘A perspectiva é a de que, enquanto perdurarem as assimetrias competitivas do país e o elevado excedente de oferta de aço no mundo, o aço brasileiro continuará tendo dificuldades tanto no mercado interno quanto no internacional’, destaca.

Preços

Mesmo com a forte queda nas vendas, refletindo o ambiente de fraqueza econômica e importações elevadas, o presidente do grupo ArcelorMittal Brasil afirmou não enxergar motivos para a companhia reduzir preços no mercado interno.

Falando a jornalistas, Benjamin Baptista, afirmou que o setor siderúrgico trabalha com perspectiva de desvalorização do real até o fim do ano, o que deve ajudar a conter a entrada de material produzido no exterior.

‘Não tem razão nenhuma para mexer agora’, afirmou.

Fonte: G1
Seção: Siderurgia
Publicação: 12/08/2014

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