Infraestrutura deve ser a prioridade do País

11 de junho de 2014

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, disse que os investimentos em infraestrutura para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, entre outros, chegaram a R$ 153 bilhões em 2013 e devem somar a quantia de R$ 265 bilhões até o fim deste ano. Também investir em inovação é uma forma crucial de ampliar a capacidade brasileira de competir no mundo global e remover ou minimizar os gargalos de infraestrutura. E é fundamental para que o País possa avançar.

A crise se instalou na Europa e recém começa a refluir, lá e nos Estados Unidos da América (EUA). Foi uma mistura de descontrole orçamentário dos governos, que tiveram déficits fiscais muito acima do que a União Europeia e a zona do euro permitem, ou seja, 3% do Produto Interno Bruto (PIB), e do olho gordo de políticos para as próximas eleições. E isso aconteceu também nos Estados Unidos da América (EUA), quando Barack Obama conseguiu um acordo com o Congresso a fim de aumentar em mais US$ 2 trilhões o teto do endividamento governamental, estipulado em US$ 13 trilhões.

Enquanto isso, aqui no Brasil, temos que manter o foco na infraestrutura. Há cerca de cinco anos que temos gigantescos gargalos nas rodovias, nos portos, nos aeroportos e nos sistemas públicos de saúde e educação. Nem tanto por falta de dinheiro, mas sim pela gestão deficiente ou pelos corriqueiros abusos e desvios de verbas em obras com os tais de aditivos. O lastimável – e isso todos sabem – é que temos corruptores e corruptos. Os que pedem e os que dão propinas para se locupletarem com o dinheiro oficial. A quase certeza da impunidade ajuda a alimentar as vigarices que são denunciadas quase que semanalmente. Aí são criadas leis, normas, medidas provisórias e tantos mecanismos de fiscalização quanto inócuos, pois serão criadas estruturas para monitorar os que fiscalizam, em uma sucessão diabólica que inferniza a vida nacional e traz desassossego aos que são tementes à lei e cumprem as suas obrigações por honestidade, em primeiro lugar, mesmo que ninguém seja perfeito.

A política social dos últimos anos pode ser melhorada com mais gestão e organização dos recursos financeiros. Evidentemente que a melhor forma de crescer é distribuir renda, mas sem aumentar impostos. Segundo dados do governo, havia um ciclo vicioso com crescimento, mas sem sustentabilidade. Assim mesmo, foram tirados da pobreza 28 milhões de pessoas e incluídas 32 milhões nas classes médias, realmente um feito. O fundamental é um plano estratégico de investimentos para cinco anos, pelo menos. Na China e na antiga União das Repúblicas Soviéticas (URSS) havia os chamados planos quinquenais e decenais visando a, justamente, dar uma melhor infraestrutura para aquelas economias.

Se a URSS se desmantelou, a China provou que isso pode dar resultado, da mesma forma que aconteceu na Coreia do Sul, após investimentos maciços na educação, na ciência e tecnologia a partir da década de 1960. Faltam as folclóricas, porém decisivas, vontade política e muita seriedade. Ainda bem que há planos para mais investimentos em ferrovias e hidrovias. Então, que se tornem realidade.

Fonte: Jornal do Commercio
Seção: Infraestrutura & Energia
Publicação: 10/06/2014

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