Siderúrgicas traçam planos para superar crise global

28 de abril de 2014

A siderurgia global continua tentando driblar o excesso de capacidade ociosa para melhorar as suas margens e sair do vermelho, diante de uma desaceleração da demanda. No Brasil e no mundo, as usinas procuram cortar custos e adequar a produção em um cenário desafiador.

‘Devo dizer que as condições de demanda por aço no mundo estão bastante difíceis. Ainda assim, temos um plano de atingir a liderança global’, afirmou ao DCI o presidente da Nippon Steel & Sumitomo, Hiroshi Tomono. Ele explica que a competição no mercado asiático deve se intensificar ainda mais neste ano.

‘Enquanto o crescimento global da demanda esperado para o ano é considerado moderado, novas linhas devem entrar em operação na China e outras regiões da Ásia’, destaca o executivo. No Brasil, também são esperadas novas linhas para entrar em operação ainda em 2014, o que deve ampliar a oferta e obrigar os players a ajustar as suas margens para ganho de market share.

Nesta quinta-feira (24), a Usiminas, maior produtora de aços planos do País, divulgou balanço financeiro referente ao primeiro trimestre do ano. Após reestruturação em 2012, quando a ítalo-argentina Ternium passou a deter 27,7% do controle acionário da companhia, a Usiminas vem adotando uma postura austera no corte de gastos e também está reformulando a sua estrutura.

Depois de sucessivas perdas, a fabricante brasileira conseguiu reverter prejuízo de R$ 123 milhões no primeiro trimestre de 2013 para um lucro líquido de R$ 222 milhões nos três primeiros meses deste ano. ‘Os números mostram claramente que estamos colhendo resultados efetivos da nossa gestão’, afirmou o presidente da Usiminas, Julián Eguren, em teleconferência com analistas. Tanto o negócio de siderurgia quanto o de mineração apresentaram crescimento, ainda que os volumes vendidos tenham apresentado desaceleração.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado também cresceu, 27% na mesma base de comparação, para R$ 655 milhões. ‘O primeiro trimestre deste ano foi o resultado da continuidade de melhorias implantadas desde 2012’, comentou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da Usiminas, Ronald Seckelmann.

Para o próximo trimestre, a Usiminas acredita que o resultado deva vir em linha com os três primeiros meses deste ano. ‘Diversos setores da indústria, como automotivo e óleo e gás, têm apresentado desaceleração, então a nossa previsão é de que teremos estabilidade no próximo trimestre’, afirma o diretor vice-presidente Comercial da Usiminas, Sergio Leite.

O executivo acredita ainda que o prêmio pago pelo aço nacional deva ficar na faixa de 5% a 10% neste ano, porém, com a oscilação do câmbio, este índice pode atingir até 1%, devido à necessidade de hedge (operação financeira para proteção cambial).

A Nippon Steel possui a maior fatia no controle acionário da Usiminas e a Sumitomo atua junto à Vallourec no Brasil, ambas inseridas em um mercado observado de perto pela empresa japonesa. ‘Vamos complementar a demanda por produtos de alta qualidade principalmente em mercados emergentes para ampliar a utilização da nossa capacidade instalada’, pondera o presidente da Nippon Steel.

Fonte: DCI
Seção: Siderurgia
Publicação: 28/04/2014

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