Impacto direto da guerra da Rússia nas empresas brasileiras será pequeno, avalia BTG – 25/02/2022

25 de fevereiro de 2022

Os impactos diretos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia nas empresas brasileiras cobertas pelo BTG Pactual são pequenos, pois apenas as empresas de bens de capital têm exposição de vendas para a região, diz o banco, em relatório. No entanto, a crescente instabilidade deve afetar os preços globais das commodities, trazendo impactos indiretos em empresas industriais, companhias aéreas e empresas logísticas.

Os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Bruno Lima e Marcel Zambello escrevem que a WEG tem vendas na região e um escritório comercial na Rússia, mas a relevância é muito pequena, representou 0,3 % do lucro líquido em 2021.

A Randon, por sua vez, também vende produtos para a região, mas representa 0,3% das vendas totais, enquanto a Iochpe comercializa rodas nesse mercado, representando apenas uma fração das vendas consolidadas, abaixo de 1%. A Marcopolo e a Tupy não têm exposição direta à região.

Por outro lado, os maiores impactos indiretos devem estar relacionados ao aumento dos preços das matérias-primas, dizem os analistas.

Nas empresas industriais, dado que o aumento da matéria-prima traz pressão de custo (principalmente aço), a capacidade de repasse varia de empresa para empresa. Para empresas maiores, com carteiras de pedidos sólidas, a tendência é um repasse mais rápido de custos, segundo os analistas.

Eles destacam que o aumento dos preços do petróleo também representa uma pressão de custo adicional para companhias aéreas, acrescentando que o segmento está operando com baixos níveis de hedge atualmente. Por fim, a pressão contínua sobre os preços do petróleo e, consequentemente, sobre o diesel, deve continuar pressionando as margens também das empresas de logística.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 25/02/2022

Compartilhe nas redes sociais